quinta-feira, 23 de abril de 2009

Sentido Cívico - PRECISA-SE!


Independentemente da cor política de cada um, religião ou etnia - há algo que nos é comum nesta sociedade pluralista em que vivemos: LIBERDADE! Iniciam-se dentro em breve as comemorações do 25 de Abril - 35 anos passaram desde "A Revolução dos Cravos" e algo dentro de nós deve ter amadurecido desde então. Refiro-me ao bom uso da "mais-valia" Liberdade!... ou talvez (ainda) não!?

Os media afogam-nos com notícias que largamente extravasam o conceito da Liberdade de Imprensa. É natural que em ano de eleições e em plena época recessão se procurem os podres de quem governa... alibis fáceis! Naturalmente que a justiça deve ser aplicada transversalmente, mas a exploração de temas que devem ser restritos ao sigílo judicial leva a julgamentos públicos e anárquicos, baseados em factos manipulados pelos diferentes meios de comunicação. Com isto, pretendo manifestar o meu profundo pesar pelo desrespeito da figura de estado - o "primeiro-ministro". A minha liberdade termina onde começa "a dele". Este cidadão será ou não condenado pelos factos de que é acusado, mas por órgãos dotados dessa competência! Assistimos neste momento a um verdadeiro e lamentável "apedrejamento público" daquela entidade... Será esta a consagração dos ideais pelos quais temos vindo a reivindicar no que diz respeito à Liberdade?!

5 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. É curioso que tenha pensado exactamente o mesmo sobre o assunto e sobre ele tenha escrito sem ter conhecimento deste teu post.
    Escrever sobre estes 35 anos parece um lugar comum, mas estamos muito longe do que deve ser uma democracia madura e responsável. A propósito da liberdade, Richard Zimler disse, no contexto de mais uma passagem desta data simbólica (quando instado por um jornalista, no espaço de um noticiário), que em Portugal existe muitos mais liberdade do que nos Estados Unidos, exercida, é certo, nas suas piores formas e com as motivações mais enviezadas.
    Isto, apesar de tudo, dá alguma esperança. Do estado a que chegámos, só podemos melhorar! Merecemos muito mais!

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  3. Várias vezes dou comigo a pensar que há por aí muita gente que confunde Liberdade com "poder fazer tudo o que se quer" sem pensar nas consequências.
    Sim, a Liberdade é uma "mais-valia" mas, sendo um conceito sem contornos nítido, não pode ser dissociada do respeito, da honestidade, do bom senso...

    É a minha humilde opinião sobre o tema! ;)

    Beijinho!

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  4. Pois...O conceito de liberdade tem sido abusado, como seria de esperar numa ainda jovem democracia. Afinal, a juventude é um período de experiências e de vivências, em que se aprende a conhecer-se e a conhecer os nossos limites.
    Sem dúvida que a nossa imprensa tem abusado em diversos campos, quer seja por publicação de casos em segredo de justiça, em mediatização de tragédias pessoais/gerais, ou mesmo em casos de puro aproveitamento político/social.
    O objectivo dos media é informar. Não educar, não criar opiniões nem lançar agendas. Para isso servem os editoriais e os artigos de opinião.
    O nosso jornalismo, salvo raríssimas excepções, ainda está longe de amadurecer. Porquê? Principalmente, porque vende. O 24Horas, o Record, o telejornal da TVI, são todos líderes do mercado em que se inserem. E poderão argumentar que se estão no topo, é porque dão ao povo o que ele quer.
    O povo, claramente, não sabe o que quer ou então, quer o que quer pelas razões erradas.
    Um jornalismo de alta qualidade, íntegro, sem filiações nem agendas, basicamente jornalismo de alto nível (como o que acontece semanalmente em dois dos meus programas favoritos, curiosamente ambos no mesmo canal - Sic Notícias -, o 60minutos e o Sociedade das Nações) é necessário, é vital para uma sociedade informada, culta e verdadeiramente democrática.
    Aí, nesses casos, sem preconceitos nem agendas, educa-se e moldam-se opiniões, sem dúvida, mas não são pensadas por outros, mas sim pelo espectador/leitor/whatever.

    Os nossos media começam a assemelhar-se muito aos media americanos e ao tablóide inglês. Temos tanto prazer em qualificar o povo americano como burro (para usar um eufemismo) e o inglês como desvairado (para usar uma caneca de Sagres), que não nos apercebemos que esta superioridade moral/intelectual só existe na nossa cabeça.

    Dizia ontem o Ramalho Eanes que temos neste país o que merecemos. Não deixa de ser verdade, mas estaremos contentes com o que fazemos por merecer? Eu não estou.
    Este não é o melhor governo de sempre. Sócrates é inconsistente, para dizer o menos. O ministro da economia é uma piada. A cultura e o ambiente não existem. As obras públicas, para não variar, estão rendidas aos lobbys do betão. A educação peca pela intransigência e a obsessão. A saúde afasta-se cada vez mais da medicina para todos, em todo o lado.
    Mas não estou a dizer que Ferreira Leite seja melhor, aliás, estou convencido que será bem pior. E digam-me se houve ou há algum político nos últimos 20 anos que tenha sido melhor. Apesar de todas as reformas e projectos positivos (e foram muitos, a meu ver) assinados por este governo nos últimos 4 anos, votamos no mal menor. Não é suposto ser assim, não gosto que seja assim.
    Exigimos mais? Não. Temos o que merecemos. É como a crise de avançados na selecção. Não temos melhor? Pomos o puto maravilha/petulante a remediar ou importamos as sobras de um país de 3o mundo.

    Agora vou ali acabar o meu doutoramento enquanto os fundos comunitários não acabam, porque no estrangeiro estão desejosos de pessoal qualificado e já com as despesas de treino pagas...
    Fiquem com os cravos, que eu vejo os jogos do Porto pela internet, provavelmente bem longe daqui.

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  5. Gostei sobretudo do "...neste país temos o que merecemos!".

    Mas não posso concordar com o teu último parágrafo. Não me verás com um espírito derrotista e conformado a dizer que "vou é p'ró estrangeiro porque daqui não faço nada!".

    Um dia seremos velhos e "revoltados" e encostaremos a barriga ao balcão dizendo "isto está mau; isto é uma pouca vergonha; no meu tempo é que era". Mas daqui até lá muitos jornais se hão de vender! :)

    Beijos,

    M

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